NATUREZA
Os biomas do Parque Nacional Serra do Cipó
A Serra do Cipó faz parte da cadeia da Serra do Espinhaço, que se estende por 1.000 km desde a região metropolitana de Belo Horizonte até a Chapada Diamantina, na Bahia. As montanhas da região abrigam numerosos manaciais e cursos d’água de excelente qualidade. Aqui nascem as bacias do Rio São Francisco e do Rio Doce. É possível conhecer a divisora das águas desses dois rios na trilha do Travessão.
Em termos de biodiversidade, a Serra do Cipó, como as demais áreas de campos rupestres ao longo da cadeia do Espinhaço, destaca-se pela elevada riqueza e pelo endemismo de espécies de plantas, com espécies de Cerrado, Mata Atlântica, Campos Rupestres e Campos de Altitude. As rochas arenosas que formam a serra são depósitos marinhos com uma idade de mais de 1,7 bilhões de anos.
Para preservar as nascentes e suas inúmeras cachoeiras foram criados o Parque Nacional Serra do Cipó em 1984 e a APA Grande Pedreira (Área de Proteção Ambiental) em 1990, que fazem parte da Serra do Espinhaço – Reserva da Biosfera pela UNESCO. A Serra do Cipó é classificada como uma área de importância biológica extremamente alta e conhecida como o “paraíso dos botânicos”, por concentrar o maior número de flores por metro quadrado do país, maior inclusive do que a Floresta Amazônica.
Um dos maiores conhecedores daquela região era o paisagista Burle Marx, que fez várias incursões pela Serra do Cipó ao lado do botânico brasileiro Mello Barreto.
Para se ter uma ideia da importância biológica desta condição natural, o endemismo na Serra do Cipó só encontra similares nas montanhas dos Andes e do Himalaia. Segundo pesquisas do botânico brasileiro Aylthon B. Joly, é nos campos rupestres que ocorrem o maior índice de diversidade de espécies endêmicas no Brasil. Oferecemos passeios com guias especializados em observação de aves e uma visita no projeto ASAS (Área de Soltura de Animais Silvestres – IBAMA) na RPPN Fazenda Alto do Palácio.
O clima da Serra do Cipó é classificado como tropical de altitude, com uma precipitação anual entre 1.300 e 1.600 mm e duas estações bem definidas: uma estação seca, de maio a outubro, e uma estação chuvosa, que se estende de novembro a abril com temperaturas que oscilam entre 13o e 37o C. A estação seca é mais propícia às práticas de escalada e para travessias pelo clima ameno. As temperaturas baixas e a estabilidade do tempo favorecem longas caminhadas e pernoites no alto da serra. Na estação seca os valores de umidade relativa do ar podem cair até 15%.
As altitudes na serra variam entre cerca de 750 e 2.000 metros e a região como um todo pode ser dividida em dois Geossistemas: A parte baixa, onde predomina o Cerrado e os Campos Rupestres na parte alta do parque, que constitui cerca de 80% da área do parque. A paisagem do Parque e seu entorno se apresenta como um grande mosaico vegetacional, tanto em termos florísticos, como também pela proximidade de cursos d’água e lençóis freáticos que provocam uma grande variação na umidade do ar.
A presença humana nessa região data de pelo menos 8.000 anos AC, mas há indícios de que esses grupos de paleoíndios já habitavam essa área há 11.600 anos AC. Em algumas trilhas na Serra do Cipó , em Lagoa Santa e na canoagem na Lapinha da Serra é possível avistar pinturas rupestres.